domingo, 29 de janeiro de 2012

Crítica: Os Descendentes ( The Descendants, de Alexander Payne, 2011)

Dirigido por Alexander Payne
 Com: George Clooney, Shailene Woodley, Amara Miller, Nick Krause, Patricia Hastie, Judy Greer, Matthew Lillard, Robert Forster, Rob Huebel, Mary Birdsong, Beau Bridges.
5/5
O cinema de Alexander Payne é pequeno, minimalista e extremamente eficiente. Ao mostrar situações corriqueiras de pessoas normais como a solidão e o alcoolismo do personagem de Paul Giammanti em Sideways – Entre umas e Outras  ou uma simples eleição escolar em Eleição, Payne fala dos sentimentos humanos e das nossas relações com demais. E mais uma vez, com Os Descendentes, Payne comprova esse talento.

Ao retratar o sofrimento de Matt King ( George Clonney) e de sua família ao viver a situação da sua esposa  prestes a morrer depois de um trágico acidente, o diretor e roteirista apresenta a partir da visão de uma espécie de aristocracia havaiana para mostrar como os laços familiares e com a nossa terra são importantes para a nossa vida. No filme, as palavras “família” “filhos” “mãe” e  principalmente “descendentes” são usadas com freqüência. Até mesmo  um personagem que parece ser simplesmente um alívio cômico, se apresenta como questionador do tema do filme.

E  em vários momentos, Payne  usa planos para mostrar as antecedência  dos personagens e a importância dos legado que passa de geração pra geração, o que terá bastante importância para entendemos a decisão final do personagem de George Clonney que apesar de previsível, se mostrar condizente com tudo  mostrado pelo cineasta.

Muitas vezes no filme, talvez nos questionemos de onde vem certas atitudes, decisões dos personagens. Como de procurar o amante da esposa do protagonista, mas será que todas as decisões que tomando são tomadas por decisões racionais ou totalmente emocionais? Será que às vezes não fazemos as coisas simplesmente por fazer?  E estamos certos em julgar as decisões dos personagens  se nem mesmo sabemos o que faríamos se tivéssemos no seu lugar?

George Clonney dá o desempenho da sua vida neste filme, usando seu naturalismo para tornar Matt King um homem existente e não idealizado, Clonney se entrega ao seu papel totalmente como mostra duas cenas: Sua corrida em certo momento no filme para conseguir informações de amigos e a conversa com sua mulher. Momentos que mostram seu personagem como um homem comum (com muito dinheiro, é claro).

O outro destaque do elenco é Shailene Woodley, extremamente bonita e cativante, sua atuação muitas vezes usando de clichês adolescentes para depois nos mostrar uma garota complexa, emocionalmente inteligente e divertida. A cena da piscina talvez seja um dos momentos emocionante de uma atriz jovem  do ano.

Mas Os Descendentes não mostra só o drama, ao também apresentar a nós, uma comédia que apesar de nada original é extremamente irônica com o tema do filme (a família e a terra) e até usar sacadas de equivocadas comédias românticas que se tornam incrivelmente eficientes.  Até mesmo o garoto Sid se torna engraçado no filme apesar de ser clichê ( Mas o seu personagem também funciona para o drama no filme, questionando mais uma vez as idéias de família e terra do personagem de Clonney)

Os Descendentes também é um filme sobre ciclos, e por isso, talvez ele se mostre previsível em alguns momentos, já que tudo é um eterno recomeço, e todo fim é um começo. E talvez, por isso, que o mesmo lençol amarelo usado para cobri um falecido seja usado pela família que tenta recomeçar suas vidas;

2 comentários:

  1. Eu achei Os descendentes um filme meio fraco, apesar de tocante.
    A interpretação de Clooney é sempre ótima, mas nesse em especial, Shailene levou uma boa parte do filme nas costas, ela mostrou que não é apenas uma atriz de seriado adolescente. Sua interpretação como a filha cheia de confusão emocional, apoio do pai, e o conflito de sentimentos com a mãe em coma, foi maravilhosa.

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