sábado, 3 de março de 2012

Drive ( Drive, 2011)


Dirigido por Nicolas Winding Refn. Com: Ryan Gosling, Albert Brooks, Carey Mulligan, Ron Perlman, Oscar Isaac, Bryan Cranston, Christina Hendricks, Kaden Leos.
COTAÇÃO: 5/5
Drive é um filme completo. Reflexivo e belo. Com um equilíbrio excelente entre o apego pela forma e o apego pelo conteúdo. O vencedor de Melhor Direção no Festival de Cannes, Nicolas Winding Refn faz um conto tenso sobre a solidão do complexo protagonista sem nome interpretado por Ryan Gosling em um filme cheio de rigor estético e com uma melancolia extremamente bela.

Refn já é esperto em iniciar seu filme numa sequência  de ação excitante mostrando a impassividade do protagonista em relação as ações que comete mesmo que as faça com extrema perícia. Introduzindo seu moralmente duvidoso mas rigoroso código de honra em relação a violência ( o que é extremamente importante, já que quando o personagem explode em atos violentos, chega a ser chocante pra nós assistir que sua perícia em dirigir é tão grande quanto sua perícia em matar).

E logo depois da abertura tensa, o filme passa para outro fator: A melancolia. O personagem de Ryan Gosling é sozinho. Ele simplesmente dirige sua vida. Como dirige seu carro. E é maravilhoso como depois de mostrar um personagem praticamente sem um lado emotivo... o competente roteiro mostra como a primeira grande ligação afetivo do personagem acaba atraindo a violência explosiva do filme.

Ryan Gosling, um dos melhores atores da  nova geração, é hábil retrata as mínimas alterações de humor de seu personagem com o olhar. Veja  a diferença de seu olhar esperançoso quando está com a personagem de  Carey Mulligan, ou a segurança quando dirige e por fim, o desafio em sua  conversa com o mafioso interpretado por Albert Brooks. Gosling é um especialista em demonstrar pequenas mudanças de humor e esse personagem cai como uma luva.

O resto do elenco é igualmente competente. Carey Mulligan ( outra revelação da nova geração) dá também um tom de melancolia ( sim, essa sensação realmente impera no longa) em uma personagem que parece sempre esperar uma bomba explodir.  O outro grande destaque, é Albert Brooks, em uma interpretação carismática e extremamente carrancuda e é genial como seu mafioso exprime medo a uma ameaça maior.

Refn usa uma fotografia com cores fortes de dia em oposição com a noite, destaque para as cenas onde há explosão de violência ( o sangue  realmente jorra aqui). Além disso, o filme conta com uma trilha sonora original ( Clif Martinez faz tudo para dá uma constante sensação de tensão)  não original ( Nightcall e Oh My Love são os destaques).
Drive é isso. Um longa esteticamente  belo , maravilhoso de se ouvir e incrivelmente bem atuado. Um ode a solidão e como  a felicidade pode ser impedida.

Cena do dia: Créditos iniciais de Drive

Um dos melhores filmes de 2011, Drive, um conto urbano sobre a solidão com  uma picante pitada de violência já mostrar a situação solitário do seu protagonista na melancólica cena inicial com a música Nightcall que cai perfeitamente para o personagem mostrado: