segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012

Crítica: A Dama de Ferro ( The Iron Lady, 2011)

Direção: Phillyda Loyd 
Elenco: Meryl Streep, Jim Broadbent, Richard E. Grant, Harry Lloyd, Anthony Head, Richard E. Grant, Roger Allam, Olivia Colman, Susan Brown.
1/5

Biografias ou filmes que mostram pessoas reais são filmes difíceis, podem virar obras inspiradíssimas como Gandhi  e Em Busca da Terra do Nunca ou filmes genéricos como o último filme vencedor do Oscar, O Discurso do Rei. Mas como justificar um trabalho tão medíocre como A Dama de Ferro, baseado numa das mulheres mais polêmicas do século XX: A primeira ministra da Inglaterra, Margaret Tratcher?

Tratcher não recebeu seu apelido a toa. Sobreviveu a tentativa de assassinato em 1984, foi extremamente radical com os sindicatos e uma crítica ferrenha da União Soviética. Sua política de flexibilização do mercado de trabalho, privatizações e desregulamentações além da vitoriosa Guerra das Malvinas contra a Argentina. Sua política contra o terrorismo foi muitas vezes questionada.

O filme de Phillyda Loyd, invés de retratar Margaret como uma política controversa, tenta mostrá-la como uma verdadeira heroína do país, acabando por idealizar sua protagonista ( e o uso de alucinações nesse sentindo se torna ora irritante ora risível). Loyd chega ser ingênua ao retratar o jogo político de troca de lados quase um motivo para  Tratcher enlouquecer. Fico pensando se a diretora pensa que a ex-primeira ministra era uma doida varrida.

Ao investir numa montagem cheia de flash backs e algumas tentativas de elipses cheias de simbologia nas mudanças  na vida de Tratcher ( E Lyod não reconhece suas próprias limitações como diretora a falhar miseravelmente), o longa se torna cansativo e muito mais lento do que realmente é.

E o que é o mais decepcionante no longa talvez seja a atuação de Melry Streep. Não por ser ruim, e sim por ser ótima. Streep faz uma completa imitação dos trejeitos e sotaque de Tratcher e seu olhar de tristeza, loucura e força se mostrar avassalador. Mas de novo, a montagem acaba atrapalhando sua atuação, não dando possibilidade para que a atriz mostre sua emoção em certas cenas.

Na parte técnica, o filme tem outro ponto positivo. Com uma das maquiagens mais perfeitas que já vi, vemos a transformação da poderosa Tratcher numa velha doente e isso combinado com o belíssimo trabalho de Streep é responsáveis pelas poucas, mas boas cenas do longa. A direção de arte e o figurino é também eficiente, nos colocando com realismo em ambientes como o parlamento inglês ou na imitação do vestuário da sua cine biografada.

E isso ressume o que  é A Dama de Ferro, um desperdício. De história, de dinheiro e principalmente, de boa atuação. 

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